domingo, dezembro 30, 2007

STARRING.

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Ele é indie, mas reconhece e assume as influências do punk, do folk, do rock, do britpop, do Lo-Fi, do hippie, do samba, do jazz, da bossa nova e até mesmo de movimentos como o tropicalismo, o cubofuturismo, o dadaísmo, o surrealismo, o minimalismo, o concretismo, a digipopart e a artbitch. Eu definiria como um kitschnightboy psicodélico um tanto quanto diabolique! Há quem diga que ele chega a ser inovador sem deixar de ser clássico, outros apostam numa pseudoloucura crônica. Entretanto, trata-se de um simples poeta pós-moderno que transita entre a alta costura underground e poesia contemporânea. É fascinado por cores, fala inglês e espanhol, adora pão-de-queijo, curte Björk, Cibelle, João Gilberto, Laika, Massive Attack e o mais vasto universo da boa música. É comum encontrá-lo pelos cafés de Belo Horizonte, movimentada cidade do oeste europeu de Minas Gerais onde vive numa enorme casa pintada de amarelo. É zen-hindu, medita, gosta de incenso e prefere alimentos secos, integrais e desidratados. Não dispensa boas taças de champagne, mas está muito bem servido com chás de morango ou sucos naturais. Sobre moda, arte que pesquisa intensamente desde os 13 anos, diz que sua inspiração vem do pside, do cyber, do punk, do folk, do clown e do conceito de estilistas como Reinaldo Lourenço, Ronaldo Fraga, Alexandre Herchcovitch, Lino Villaventura, Viktor & Rolf, McQueen, Donna Karan, Victor Charlier, João Pimenta, Paulo Carvas, entre outros. Seu visual é essencialmente psidepunk, um pouco esquisito, mas altamente sofisticado, com muito movimento, descontração, buttons e acessórios coloridos. “Sei que sou extravagante e não me importo em parecer blasé. Moda é se sentir bem, não viver de grife!” – esclarece. É ascético, divertidíssimo, tem bom senso, não abre mão de boa educação e está entre os mais elegantes que eu conheço, sempre esbanjando sensualidade e simpatia. Causar emoção, reorganizar as coisas, traduzir o intraduzível, fotografar o instante, registrar o inexistente, dar cores à rotina acizentada do cotidiano são algumas das tarefas diárias deste poeta que, apesar de possuir uma escrita muito delicada e pontuada pelo abstracionismo filosófico, garante que sua poesia não quer responder, mas sim, indagar ainda mais o caminhante apressado que se perde pela multidão da cidade grande. Seus versos acontecem o tempo todo, do lado de dentro ou de fora da gente. Estudante de Letras, pretende se especializar em poéticas contemporâneas. É viciado em livros, desenha, rabisca, fotografa, inventa, decora, colore, recorta, recicla, canta e faz música moderna brasileira. É dono de uma das vozes mais etéreas que já ouvi, já cantou acompanhado pela Orquestra Sinfônica do Palácio das Artes e, em 2003, colaborou na organização de duas exposições minhas em parceria com o crítico de arte e também poeta, Erthal Terra. Atualmente, publica seus trabalhos na Casa Sana e escreve para os sites da poeta, atriz e estilista, Larissa Mighin, e do publicitário Igor Amin. Para 2oo8, pretende dar continuidade aos estudos, ampliar a Casa Sana e criar projetos artísticos.

Por Gustavo Malheiros. 1º novembro de 2oo07. Londres, Inglaterra.

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