
Sou o filho do século,
Da restauração da poesia em Cristo.
Sou o visionário
No mundo enigma da poesia liberdade.
Sou a múltipla facedo Ser ou não Ser? Eis a invenção.
Sou o profeta do múltiplo
O que é não é
Enquanto tudo a minha volta é anunciação.
Percorro tempo e eternidade
Num mundo aparentemente abandonado por Deus.
Mas sobrevivo sempre
Porque o tempo sobrepõe-se à idéia do eterno.
Se é preciso morrer de tristeza e nojo,
Morro porque amo, por solidariedade.
Sou ligado pela herança do espírito e do sangue,
Do santo do demônio, do anjo e do mendigo,
do deus e do poeta, do que caminha sobre as ondas...
Que construidos a minha imagem e semelhança,
Morrem pela angústia do Murilo.
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